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Mostrando postagens de agosto, 2023

Aluno: o ser nas trevas! 😜

                                                                             “All in all, it's just another brick in the wall                                                                               All in all, you're just another brick in the wall” [1] “Vocês que vem das trevas devem se aproximar de mim para receberem a luz, já que aluno significa sem luz”. Essa foi a maneira que eu e alguns colegas fomos recebidos sarcasticamente por um professor. Anos depois, eu já como professor ouvi em uma reunião a mesma definição. Eu já havia procurado a etimologia da palavra e não batia com isso. Após a reunião resolvi debater com a pessoa, com quem eu tinha intimidade para tal, sobre o uso equivocado, ainda mais em uma reunião de professores. Recebi um email (que hoje facilmente seria chamado de textão) justificando porque estava correta a interpretação: Aluno = sem luz. Infelizmente, foi um caso de não admitir o erro, só lamentei, eu gosto muito de oportunidades de aprender, nem

Porque não sou filósofo (mas me meti a escrever sobre)

Imagine uma mão de cartas, não importa o jogo. Continue imaginando que o jogador recebeu um número de cartas, as tomou a mão e formou um leque, contudo ao olhar para o leque de cartas havia cartas do baralho tradicional que conhecemos, cartas de tarô, cartas de super trunfo... Assim, de forma bem particular, me parece a definição de filósofo: você pode ser um valete de copas, ou uma carta do enforcado, ou mesmo uma carta do Ford Mustang 1972, um caça F/A-18 Super Hornet ou um personagem do Pokémon. A tradição ocidental que aparece em todas as aulas de introdução a filosofia é de que o filósofo, antes de tudo, é um amante do saber. De certa forma, este é um fio condutor. Mas ao tentar aprofundar mais um pouco, vemos tradições em que o filósofo busca a verdade, busca a verdade e procura viver dentro desta verdade, é um agente de compreensão de deu tempo, é uma espécie de militante para mudanças sociais a partir da crítica ao status quo, ou até mesmo um acadêmico que tem um diploma de fil

Reacionário, conservador, progressista e revolucionário: Quem são? Onde vivem? O que comem?[1]

"Existem duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana. E eu não tenho tanta certeza sobre o universo." Essa é mais uma citação que quase com certeza não foi dita pelo Albert [2] . Mas ela cabe muito bem aqui. Será que é tão difícil? Seguindo a ordem do título (arbitrária é claro, podia começar de onde quisesse). Um reacionário vem a ser uma pessoa que é avessa a mudanças, e que em alguns casos cogita até mesmo um retorno a uma situação histórica anterior pois a considera melhor do que a atual e do que as perspectivas para o futuro. Para ele as mudanças são nocivas, corroem e corrompem as pessoas e a sociedade como um todo. Já um conservador tem uma posição distinta. Ele não é avesso a mudanças (pelo menos não deveria, pois seria um reacionário). A posição que em geral um conservador tem é de cautela com as mudanças. Alguns conservadores podem até ser muito cautelosos e outros um pouco menos, mas eles consideram que é muito importante ponderar bem as possíveis mudanç

Aspásia de Mileto: uma ficção histórica

(apesar das pessoas retratadas, fatos e locais históricos o texto não traduz exatamente como ocorreu a concessão da parresia à Aspásia, só espero que você possa conhecer a existência dessa mulher de uma maneira esteticamente romantizada). Muitos queriam ouvi-la, mas as regras queriam calar-lhe. Era uma época de democracia limitada, uma mulher extraordinária chamada Aspásia de Mileto ousou desafiar as represas que limitavam o fluxo do livre dizer. Ela ansiava pela parresia, o direito sagrado de expressar-se livremente, mas vivia em uma sociedade que relegava as mulheres, escravos e nascidos em outras cidades-estados o silêncio na Ágora ateniense. Aspásia era uma mente brilhante, uma pensadora feroz e uma oradora persuasiva. Ela se recusava a aceitar a injustiça imposta sobre as mulheres, a proibição de que compartilhassem suas ideias e contribuições para o mundo. Com uma coragem inabalável e inteligência perspicaz, ela decidiu enfrentar o sistema e lutar por sua causa. A estrada que

Empirismo, o que é e o que não é

- Ah! Mas eles são empíricos! Desde que entrei na universidade o termo empírico era usado com desprezo, lamento que até hoje ainda seja assim. O termo empírico era usado para definir ou classificar aquele indivíduo que não havia passado pela formação formal, acadêmica. Era aquele que havia aprendido com a prática e sendo assim, um mero imitador daquilo que tinha observado outros fazerem ou que tinham criado maneiras heterodoxas de fazer. Lamentável. Primeiro não quero menosprezar a experiencia pessoal de alguém que pode ser muito valiosa em diversos campos, mas não é isso que gostaria de debater com vocês. Meu problema é que uma rica tradição filosófica, imprescindível para o desenvolvimento da ciência que conhecemos hoje, foi totalmente deturpado. E pasmem ou não, ouço isso de professores universitários e li em artigos e livros técnico-científicos aos montes. Venho da área da Educação Física, e um exemplo claro eram os métodos utilizados com alguma profusão na época. Recebíamos uma “r