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Tudo que você precisa saber para ser um negacionista (2024)

Tudo que você precisa saber para ser um negacionista (editora CRV, 2024). Texto da 4° capa Prof. Dr. Paulo Henrique M S Azevedo – Universidade Federal de  São Paulo Atualmente somos bombardeados diariamente por informações, sejam elas sobre saúde,  esportes, política, ciência etc. Com tantas informações é difícil distinguir quais são verdadeiras e  quais são falsas. Para reduzir a chance de sermos enganados precisamos ser céticos. Antes de  aceitar prontamente uma informação apenas porque nos agrada, duvidar da sua veracidade é  necessário. Isto é ser cético! Ser cético é pedir e buscar por informações de qualidade que  comprovem ou refutem uma dada informação que nos foi passada. Informação de qualidade  precisa ser perene, interindividual e reprodutível. A partir da informação confiável aceitaremos  ou não as informações que nos chegam, e tomaremos a melhor decisão possível. Assim  afastamos o negacionismo, que é o ato de não aceitar os fatos como eles são, mesmo com todas  as caract
Postagens recentes

Sobre galinhas e EaD

Quando criança adorava ler quadrinhos. Era para mim uma coisa fantástica que me acompanha até hoje. Sou fã de muitos HQs, ou gibis como era mais comumente chamados na época, e se não leio com tanta frequência é por causa daquelas coisas que acontecem por virarmos adultos bobos e sem imaginação. Quase sempre nas edições dos quadrinhos mais tradicionais desta época (Disney, Turma da Mônica etc) encontrávamos nas páginas centrais o anúncio da figura abaixo. Nessa época chamávamos de cursos por correspondência, como o nome já diz, você preenchia a ficha de inscrição e enviava por carta com um cheque (Ixi, o povo da geração alfa já desistiu aqui) e recebia pelo mesmo modo manuais com aulas sobre o assunto escolhido. Após fazer uma prova recebia, também via correios, um diploma ou certificado. Demais, não é? Bem, a tecnologia evoluiu muito. Cartas e cheques são coisas praticamente extintas como os dinossauros. Mas... (e lá vem a conjunção adversativa, fala serio Marco, trauma de infância?) n

Férias

Como todo bom mortal, este que aqui vos escreve fará um intervalo para vivenciar momentos plenos com a família. Mas em 2025 voltamos para a 2° temporada. Minha sugestão para vocês e reler alguns dos textos anteriores ou ver se ficou algum para trás. Agradeço enormemente a todos que leram, debateram e compartilharam as postagens do blog. Um Feliz Natal e um Ano de 2025 com muito mais leituras, saúde e felicidade para todos!

Caminhar ou correr? Nem tudo é tão simples

Hoje vamos sair um pouco da esfera filosófica, mas sem nos afastarmos do campo das reflexões. Vamos pensar em como a mídia tradicional por vezes falha em difundir conceitos e conselhos sobre exercício físico, atividade física e saúde.  Muito oportuna a coluna traduzida do NYT sobre caminhar ou correr (25/11/2023) . Já são descritos na literatura científica os benefícios de praticar exercícios físicos com frequência. Contudo, gostaria de pontuar 2 itens que não foram contemplados na coluna. O primeiro é sobre a prescrição e acompanhamento do exercício. Na coluna é apresentada uma progressão que poderíamos chamar de genérica, o principal questionamento é que existem características individuais que interferem nessa progressão. Fatores como idade, histórico de prática de exercícios, qualidade do sono e alimentação, doenças, uso de medicamentos, postura e equilíbrio entre outros, irão determinar o quanto se pode adicionar de exercícios a cada intervalo de tempo. É arriscado usar uma única

GASTO POR ALUNO (publicado no Estado de São Paulo em 10/12/2023)

Há tempos as universidades públicas têm recebido duras críticas dos mais diferentes setores da sociedade. Muitas delas são realmente válidas e deveriam ser debatidas para que propostas de melhoramento pudessem colocar as universidades no patamar que elas merecem. Quero focar numa das maiores palermices que vem à tona intermitentemente: o cálculo de gasto (SIC) por aluno. Esse cálculo divide todo o orçamento da universidade pelo número de alunos que ela forma, e isso é de uma infantilidade abissal. Vejamos, a sociedade precisa de muitos profissionais ou de profissionais competentes? Ora, eu diria que das duas coisas, principalmente em áreas bem sensíveis, como a engenharia/tecnologia e as licenciaturas. Mas vamos analisar com um pequeno aumento, não precisa de microscópio, apenas uma lupa. Cada estudante formado, em qualquer cenário, será responsável por preencher alguma função que terá fundo social, mesmo que ele opte pelos postos em empresas privadas ou mesmo que seja um profissional

Bang-bang tinha mocinho e bandido, internet não?

Quando criança, e já vai tempo, um dos gêneros mais difundidos era o Western, ou como chamávamos: filmes de Bang-bang. Tinha para todo gosto, comédia, drama, romântico, ação e aventura (mais recentemente até terror e ficção científica). Atores como John Wayne, Clint Eastwood, Charles Bronson, Giuliano Gema entre outros eternizaram clássicos das sessões da tarde. Nessa miríade de subgêneros dentro do Western só uma coisa em comum: você reconhecia rapidamente o herói, ou mocinho, e o vilão, ou bandido. [1] Haviam muitas coisas pouco edificantes no filmes, o machismo, a deturpação e estereotipo dos povos originários e a "justiça" sem o devido processo legal. Eram comuns os linchamentos (limpinhos nos filmes, mas sempre linchamentos). O linchamento era uma das formas de aplicar uma justiça canhestra e sinistra contra aqueles que cometiam, ou não, crimes (como no filme da foto). Mas quase sempre eram vilões, e quando as vítimas eram mocinhos, quase sempre eram salvos no último min

Carl Ferdinand Cori e Gerty Cori

Texto publicado originalmente no Jornal o Estado de São Paulo em 22/10/2023 No dia 20 de outubro de 1984 faleceu o cientista Carl Ferdinand Cori, ganhador do Nobel de Fisiologia e Medicina de 1947, dividindo o prêmio com sua esposa Gerty e o cientista argentino  Bernardo Alberto Houssay. A história do cientista, de nacionalidade Checa, tem vários ângulos que podemos explorar. Primeiro como cientista pelas suas descobertas sobre o metabolismo dos carboidratos e pela criação de métodos de pesquisa que são utilizados até hoje na bioquímica.  Nessas descobertas trabalhou sempre com sua esposa e fez questão de valorizar a grande mulher que não estava por trás dele, mas sim lado a lado. Em uma  biografia  de Carl há uma citação assim: " Nossos esforços têm sido amplamente complementares; e um sem o outro não teria chegado tão longe quanto chegamos juntos.". Pode parecer pouco, mas quem conhece história da ciência sabe das várias mulheres cujo papel foi minimizado ou apagado. Por ex