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Mostrando postagens de setembro, 2023

Azulejos de Christiaan Huygens

Quando viajo gosto muito de passear pelas ruas das cidades, entrar nos mercados, ver o comercio e tentar absorver um pouco da vida cotidiana de cada lugar. Não sou de conversar, não me sinto a vontade para ficar perguntando as coisas. Mas gosto de observar. Certa vez tive oportunidade de conhecer Amsterdam, num dia sem compromisso andava pelas ruas da cidade, olhando a arquitetura curiosa de algumas casas me deparo com um painel de azulejos representando Christiaan Huygens cercado por relógios de pêndulo. Não era um museu, não era um prédio público, não era uma universidade. até onde pude saber não era nem a casa dele. O painel ficava na parede de um pequeno prédio de três andares cujo primeiro andar era uma loja. Tive que parar e fotografei o painel Fantástico para mim, ver #donada uma imagem homenageando um dos maiores cientistas que já pisaram aqui no nosso pálido ponto azul [1] . Aquele momento me causou um misto de emoções e uma reflexão sobre a importância da ciência em nossas vi

Professor, além de dar aula você trabalha?

Prof. Lambeau: "Você tem medo de fracassar, e é por isso que você sabota qualquer chance que tenha de realmente ter sucesso." Will: "Você acha que eu sou um fracassado porque quero trabalhar em uma construção?" [1]   A linguagem cria e derruba realidades. Curioso como a escolha de palavras pode ser aterrorizante. Há alguns anos o jornalista Alexandre Garcia [2] fez um comentário em um dos noticiários da televisão aberta, todos os anos o vídeo ressurge das trevas do esquecimento quando chega próximo ao Dia dos Professores. O texto do jornalista a princípio, sem análise crítica, parece uma ode, uma homenagem aos professores e professoras desamparadas, que tem até medo de serem denominadas como tal, preferindo ser chamadas de educadoras ou pedagogas (SIC). Mas qual seria a minha análise crítica do que é proferido pelo jornalista. Ao contrário de elevar a condição de professor, ela rebaixa! Sim, simulando o enaltecer de toda uma categoria, ela coloca todos em

“Momentos de vida real” ou Reflexões Cotidianas ou Filosofia não é só “sexo dos anjos"

A – O Motorista de taxi Fazia um calor argelino e as fagulhas do sol refletidas nas janelas e capôs dos carros feriam os olhos de uma maneira que me fez lembrar Mearsault. O trajeto até era curto, já tinha feito algumas vezes a pé, mas naquele dia eu chamei um taxi. Na rápida conversa sobre as dificuldades do taxista frente a uberização do transporte urbano, veio à tona o assunto de que o Brasil precisava de alguém que fosse “contra tudo isso aí”. Um argumento era que os funcionários públicos eram marajás e recebiam fartos salários as custas dos pobres contribuintes. “Outro dia peguei (SIC) um professor do IFF [1] que disse que ganhava 10 mil reais” – disse ele. Tentei ser o mais socrático que pude na minha fala e perguntei: - É o professor do IFF que ganha muito ou as professoras do município e os taxistas é que ganham pouco? Segundos de silêncio e reflexão. “É talvez o senhor esteja certo, mas tem muita coisa errada por aí”. Fim da conversa, será que naquele momento começava