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Mostrando postagens de dezembro, 2025

Pompeia: A cidade, a fonte, um viajante incauto.

  Fonte: acervo pessoal do autor Eu caminhava por Pompeia absorto na narrativa da catástrofe . A erupção do Vesúvio impunha-se como chave de leitura de tudo: as ruas interrompidas, os corpos moldados no vazio, a cidade fixada no instante do fim. Pensava em como aquela interrupção violenta teria atravessado a vida cotidiana — o almoço abandonado, a porta não fechada, o gesto que não chegou ao fim. Pompeia, assim percebida, era antes de tudo uma cidade morta , preservada menos por cuidado do que por desastre. Foi então que, em meio ao percurso, cheguei à Casa della Fontana Grande , na Via di Mercurio. E ali, a lógica do fim perdeu força. A fonte não falava de ruína, mas de permanência. Diante dela, a cidade deixou de ser o cenário congelado de uma tragédia para recuperar algo anterior à cinza e à poeira da história: uma cidade viva , organizada em torno do prazer, do olhar, da água que corre. O ninfeu, datado do século I d.C., ocupa o fundo da casa como um ponto de convergência si...